• A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
• Pai ou irmão com câncer de próstata aumenta em 2 vezes a chance de ter essa patologia.
• Diversas mutações genéticas herdadas parecem estar associadas ao risco de câncer de próstata, incluindo BRCA1 ou BRCA2.
• Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
O câncer da próstata pode ser suspeitado com a combinação de exames de dosagem de PSA (exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico) e o toque retal (exame que permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos ou tecidos endurecidos).
Outro exame que auxilia o diagnóstico e a precisa localização das lesões prostáticas é a Ressonancia Magnética Multiparamétrica da Próstata, que informa vários dados complementares para a indicação da biópsia prostática.
A biópsia é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia. Pode haver desconforto e presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes ao procedimento, e há risco de infecção, o que é resolvido com o uso de antibióticos.
O padrão-ouro do tratamento do câncer de próstata ainda é a cirurgia de extirpação da glândula e das vesículas seminais (prostatectomia radical). Porém, vários outros tipos de terapia podem e devem ser empregados dependendo do estágio que se apresenta a doença e das opções personalizadas de cada caso.
. O principal sintoma do câncer de bexiga é a hematúria – sangue na urina.
O câncer de bexiga pode, algumas vezes, provocar alterações na micção, como: urinar com frequência maior que a habitual, sensação de dor ou queimação ao urinar, urgência em urinar mesmo quando a bexiga não esteja cheia: podem estar relacionados a neoplasia vesical.
Esses sintomas também podem ser causados por uma doença benigna, como infecções, tumores benignos, cálculos na bexiga, bexiga hiperativa ou por aumento de tamanho da próstata. Ainda assim é importante procurar um urologista para que a causa seja diagnosticada e tratada.
O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como ultrassonografia pélvica, tomografia computadorizada, ressonância magnética e da análise das células da bexiga através do exame de urina. Para a confirmação diagnóstica é necessário a cistoscopia (investigação interna da bexiga por um instrumento dotado de câmera). Durante a cistoscopia podem ser retirados fragmentos da lesão para biópsia. A probabilidade de cura dependerá do estadiamento (extensão) do câncer (superficial ou invasivo) e da idade e saúde geral do paciente.
A primeira abordagem de um tumor vesical é a ressecção endoscópica da(s) lesão(ões), feita através da passagem de um aparelho (ressectoscópio) pelo canal da uretra, sob anestesia. Esse material retirado é enviado para análise histopatológica, verificando-se a partir daí a agressividade e o grau de penetração da lesão nas camadas da bexiga. Nos casos de lesões superficiais (que não atinjam as camadas profundas da bexiga, o tratamento complementar com a vacina BCG é indicado para evitar o retorno do tumor de bexiga. Quando a lesão compromete a muscular da bexiga, outras terapias como quimioterapia, cirurgia radical de retirada da bexiga e radioterapia devem ser discutidas com o paciente.
Aproximadamente 54% dos tumores renais diagnosticados hoje estão confinados ao rim, 20% são localmente avançados (acometendo gânglios regionais próximos ao rim) e 25% já apresentam metástases da doença, principalmente para os pulmões, fígado e ossos.
São conhecidos alguns fatores de risco para o câncer renal, dentre eles: tabagismo, obesidade, hipertensão, história familiar da doença, Doença de Von Hippel-Lindau e diálise.
Atualmente cerca de 60% das neoplasias renais são incidentalmente descobertas durante a realização de exames de imagem de rotina. Em 20% dos casos os tumores são localmente avançados, podendo acometer os gânglios próximos ao rim e no restante das vezes já surgem com metástases a distancia, principalmente para pulmões, fígado e ossos.
É importante salientar que o diagnóstico precoce do tumor de rim é a chave do tratamento curativo, pois esses tumores têm grande capacidade de se disseminarem para outros órgãos (metástases) face o grande afluxo de sangue que o rim recebe.
A nefrectomia radical - a retirada em bloco do rim com seus revestimentos (fáscia de Gerota), glândula adrenal (somente em grandes tumores ou no pólo superior do rim) e linfonodos regionais - é o tratamento padrão para as neoplasias renais.
No entanto, com a evolução dos meios de diagnóstico e os achados cada vez mais precoces de pequenas massas renais, podemos optar pela nefrectomia parcial, hoje realizada através de abordagem robótica. Este tipo de tratamento consiste na retirada do tumor com margem de segurança, preservando-se desta forma o restante do parênquima renal. Lesões até 4 cm. Podem ser tratadas com preservação da unidade renal, extirpando-se a mesma com muita segurança terapêutica.
Para casos selecionados, utilizamos outras terapias minimamente invasivas através da punção renal com agulhas guiadas por tomografia computadorizada em que realizamos a destruição dos tumores através de calor (radiofrequência) ou resfriamento (crioterapia). A utilização de drogas-alvo na terapia do câncer renal avançado tem gerado resultados robustos na sobrevida global e na melhora dos sintomas dessa patologia.
Por ser um órgão externo, o aparecimento de qualquer nódulo ao auto-exame de homens entre 16 e 40 anos de idade deve ser investigado.
A investigação diagnóstica se faz pelo exame de ultrassonografia da bolsa escrotal e pela dosagem de marcadores tumorais específicos no sangue.
Se por um lado o câncer de testículo é um tipo agressivo, com alto índice de duplicação das células tumorais (que causam rápida evolução da doença), por outro, é de fácil diagnóstico e alto índice de cura, já que responde bem aos tratamentos cirúrgicos e quimioterápicos.
O mais comum é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Mas deve-se ficar atento a outras alterações como o aumento ou diminuição no tamanho dos testículos, endurecimento, dor imprecisa na parte baixa do abdômen e aumento ou sensibilidade dos mamilos.
O tratamento inicial é sempre cirúrgico. Realiza-se a abordagem do testículo por via inguinal (abdominal) com clampeamento preventivo do cordão espermático durante sua manipulação. Faz-se uma biópsia de congelação (retirada de um fragmento de tecido para ser examinado ao microscópio). O resultado do exame é dado ainda durante a cirurgia. Em caso positivo para câncer, o testículo é extraído e implantado uma prótese de silicone. A função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável. O tratamento posterior poderá ser radioterápico, quimioterápico ou de controle clínico. A complementação dependerá de investigação, que avaliará a presença ou a possibilidade de disseminação da doença para outros órgãos.
DR. FRANZ CAMPOS
Urologia - Oncologia
CRM 5234414-0